Mercado Financeiro

ICOs e IDOs: entendendo as oportunidades do financiamento descentralizado

Conheça dois processos que revolucionaram a forma de captar investimento.

 

A ascensão das criptomoedas revolucionou a concepção do dinheiro e o financiamento de projetos inovadores. Nesse cenário, duas siglas que se destacam são ICOs (Ofertas Iniciais de Moedas) e IDOs (Ofertas Iniciais Descentralizadas). 

ICO e IDO representam métodos inovadores de captação de recursos, permitindo que projetos emergentes arrecadem fundos de uma maneira descentralizada e acessível. Ambos surgiram com a criação da moeda Ether, da rede Ethereum, tornando-se populares a partir de 2018. 

Embora os dois conceitos tenham perdido força desde 2018, ainda são muito relevantes no mercado. Este texto explora essas ideias para você entender melhor as oportunidades do financiamento descentralizado.

ICO

As ICOs surgiram primeiro no mercado das criptomoedas, representando uma forma radicalmente nova de financiar projetos. A sigla tem como inspiração o processo de abertura de capital das empresas na Bolsa de Valores: IPO.

De maneira semelhante, uma ICO envolve a emissão de novas criptomoedas ou tokens, que funcionam como “ações” do projeto. Esses ativos são vendidos ao público em troca de outras criptos, como o Ether. 

Essa oferta proporciona acesso inicial aos tokens do projeto aos investidores, geralmente por preços mais baixos que os previstos no futuro. Eles também ganham o direito de participar das decisões do projeto, assim como acionistas de uma empresa.

O processo de uma ICO envolve basicamente quatro etapas, que vão desde o lançamento até a venda dos tokens no mercado:

  • lançamento do whitepaper: os projetos lançam um whitepaper detalhando visão, tecnologia, caso de uso e plano de negócios;
  • emissão de tokens: os tokens são criados e oferecidos ao público. Cada investidor pode reservar a quantidade que quiser. Alguns tokens possuem uma meta mínima para compra;
  • arrecadação de fundos: os investidores investem com criptomoeda fundamentada na troca dos novos tokens, geralmente, Ether;
  • listagem em exchanges: os tokens são listados em exchanges, permitindo que os investidores os comprem e vendam em massa no mercado.

Apesar do sucesso inicial, as ICOs não possuíam regulamentação, o que chamou a atenção das agências do mercado financeiro, como a SEC nos Estados Unidos. Muitos projetos também eram golpes, o que manchou a imagem desse mercado.

IDO

Com o surgimento dos desafios associados às ICOs, elas caíram em desuso. Porém, a descentralização não morreu com elas, passando para outra modalidade: as IDOs.

Diferentemente das ICOs, que ocorrem em blockchain, as IDOs acontecem em uma plataforma descentralizada de financiamento, como um protocolo DeFi. Elas são frequentemente realizadas em pools de liquidez, proporcionando uma abordagem mais democrática e transparente.

O processo de uma IDO tem algumas diferenças com o das ICOs, sobretudo pelo maior grau de descentralização. As etapas são as seguintes:

  • integração com plataformas DeFi: os projetos integram-se às plataformas DeFi populares, como Uniswap ou SushiSwap;
  • provedores de liquidez: os investidores podem fornecer liquidez ao projeto, ganhando tokens em troca, que podem ser vendidos ou deixados em staking para obter rendimentos;
  • swap descentralizado: os tokens do projeto são trocados de forma descentralizada por meio de pools de liquidez;
  • participação justa: a participação é aberta a todos, proporcionando um acesso mais igualitário aos investidores.

As maiores vantagens das IDOs são a descentralização e a transparência. Elas operam em plataformas descentralizadas, que não possuem uma equipe por trás. Logo, proporcionam maior transparência.

Além disso, o modelo de pools de liquidez permite que uma ampla gama de investidores participe de maneira mais justa, em comparação com alocações frequentemente dominadas por grandes investidores em ICOs tradicionais. Os tokens podem ser negociados imediatamente após as IDOs, proporcionando liquidez quase instantânea aos investidores.

Por outro lado, as IDOs também enfrentam problemas de segurança, causados pelos riscos dos protocolos DeFi. Muitas plataformas possuem vulnerabilidades que geram perdas e roubos de milhões de dólares em fundos, o que pode comprometer a segurança do processo.

Em um mundo cada vez mais conectado e digital, as ICOs e as IDOs destacam-se como formas revolucionárias de coletar recursos. No entanto, é essencial compreender os riscos associados a elas, conduzir pesquisas diligentes e escolher as melhores opções para aproveitar essa revolução tecnológica.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *